Brad Pitt acorda, dirige-se ao banheiro, pega o copo na pia, enche e vira.
Morando na América, servindo água da torneira todos os dias, não podíamos deixar de aderir ao hábito. Não que adorássemos a água encanada. O gosto meio amargo não era nem um pouco bom, mas depois de experiências variadas, percebemos que dava pra tapear gelando os galões. O gosto amargo passou. Talvez por vontade, talvez pelo costume. Ou talvez pela emissão de ondas da geladeira.
Por sessenta dias, quando a garrafa esvaziava, era só recorrer a pia e nossa sede tinha fim.
No 61º, saindo de casa, sou abordada no corredor:
Comunicamos que a partir dessa semana os moradores podem beber a água da torneira. Voces não precisam mais fervê-la. Sentimos muito pelo inconveniente e pedimos desculpas.
Ah, ta bom. Estou muito contente pela informação.
Mais contente ainda se eu não souber qual é o inconveniente.
É só não olhar para as obras no sistema de esgoto da rua.